2014/11/15

E todos morreram calçados



Portas quer demitir-se, Passos não aceita como lhe reforça o estatuto passando-o a Chefe de Estado Maior.
Nuno Crato quer demitir-se e Passos não deixa:
Paula Teixeira da Cruz (parece que) quer demitir-se, Passos diz nem pensar.
Miguel Macedo quer demitir-se e Passos afirma que só por cima do meu (seu) cadáver.
Seria lógico antecipar as eleições quanto mais não seja por questões técnicas e Aníbal Cavaco Silva diz que não e ponto final ignorando que, em politica, os pontos finais passam com frequência a reticencias.
Adivinha-se  Litle Big Horn e, Custer perdão, Passos, não só continua impá(r)vido e sereno, como resolve atacar a aldeia que (afinal) tem muito mais índios do que ele imagina. .
Tal como na batalha, o Major Reno perdão Vitor Gaspar, o Capitão Benteen perdão Álvaro Pereira, já o abandonaram, fazendo-se neste momento apostas sobre quem será o Capitão McDougal.
Tal como na batalha, adivinha-se que Custer, perdão Passos, não terá um final feliz.

2014/11/14

Serie Grandes Inicios X

Piano Concerto No. 1 (Rachmaninoff) Vivace 1º movimento.

Piano Beatrice Berthold, 1993

Roger Federer


Declaração de interesses: eu gosto de (quase) todos os desportos. 
É uma atividade que alia (quase) sempre a capacidade física com atitude competitiva, querer, pundonor muitas vezes a roçar o orgulho e uma beleza estética que comparo muito ao bailado
O Ténis é um deles.
Acompanho a modalidade desde o tempo de Björn "IceBorg" e tenho visto durante todo este tempo todo o tipo (estilo) de jogadores.
Nada se compara a a Roger.
Se dúvidas houvesse de quem é o melhor jogador de ténis de sempre, ontem perante Andy Murray, mais do que ganhar o encontro por uns humilhantes 6/0 e 6/1, passeou toda a sua classe e  deu uma verdadeira aula que, suponho irá figurar nos compendios de Ténis por todo o mundo*.
Não são só as questões técnicas porque sobre essas não tenho competência para perorar embora perceba a variedade de pancadas que executa durante o jogo. Direitas, esquerdas chapadas com top spin ou em slice, cruzadas ou na linha, amortis, voleys e half-voleys, smashes, não esquecendo o jogo de pés (qual o bailarino que não gostaria de ter aquela naturalidade?), tudo aquilo sai com uma naturalidade e uma elegância que nenhum outro jogador da atualidade tem.
Alia ainda a tudo isto uma coisa que eu gosto sobremaneira num Desportista (assim com letra grande). Não se vê um gesto sobranceiro quando ganha e tem uma enorme humildade quando perde. Valha a verdade que nesse aspeto está muito bem acompanhado pelos outros tenistas de topo, salvo raras e pouco honrosas exceções.
Não é por acaso que ganhou o Stefan Edberd Sportsmanship of the Year 10 vezes nos últimos 11 anos e ATPWorld Tour.com Fan's' Favorite durante os últimos 14(!) anos  

Perde com Nadal? Sim e não. Irá perder agora com Jokovic? Talvez. 
Aos 33 anos já bateu todos os recordes que havia para bater e continua em campo o mesmo que de 2003.  

* Ficará seguramente ao lado do compêndio de Ivan Lendl

Hino Nacional

Ouvir e cantar o Hino Nacional de qualquer país é sempre um momento de emoção, particularmente nos eventos desportivos e especialmente no rugby.
Na verdade é por demais conhecido o empenho que os jogadores de rugby colocam ao, antes dos jogos, cantarem o "seu" hino. Sendo um jogo de equipa ou antes, para mim, "o jogo de equipa" funciona como um apelo à união e um ganhar de forças que é muito superior ao somatório dos valores individuais.
Ficou aliás conhecido e reconhecido em Portugal, o arreganho com que os Lobos o cantavam, aquando da campanha para o Mundial de 2007 em França.
aqui escrevi sobre o que um hino pode pode fazer para unir uma nação.
Vem isto a propósito do Irlanda vs Africa do Sul (29 - 15) e do momento que a seleção Irlandesa canta o seu Hino "Ireland Calls".
Facto curioso é que também este hino serve para unir qualquer coisa.
No rugby a Irlanda e a Irlanda do Norte têm a mesma seleção. Sendo o sul católico e republicano e o norte protestante e "loialista" (para simplificar).
Ireland Calls foi escrito com a intenção de limar todas as diferenças entre estes dois "países. Nos jogos em casa (Dublin) também é cantado o Soldier's Song hino da Republica da Irlanda.

Não tenho as imagens de ontem, mas aqui fica a gravação no jogo contra a Inglaterra no Croke Park em 2007 com Flannery a chorar e onde são cantados de seguida os dois hinos.
Junta-se ainda o link para as letras dos dois hinos.



A letra de Ireland Calls pode ser lida aqui e a letra de Soldiers's Song pode lida aqui.

Quanto ao jogo a Irlanda confirmou aquilo que vem mostrando desde a janela de inverno de 2013, jogando com o fithing spirit que o seu hino invoca e é bem explicito nesta atitude determinada de Jonathan Sexton considerado "homem do jogo"

Perdeu com os All Blacks de uma maneira incrível, sobre a qual dei nota aqui, porque não vi o jogo mas tenho absoluta confiança naquilo que João Paulo Bessa escreveu aqui.
Este ano ganhou o Torneio das Seis Nações e agora depois do que vi, será que vai apresentar a sua candidatura ao Mundial?
Veremos se a confirma a 22 de Novembro contra a Austrália.

2014/11/13

António Costa


Estive atento à entrevista que António Costa deu à RTP1.
Confesso que gostei apesar de me ter lembrado este meu post de ontem.
O silencio é de ouro meu caro, mas há de haver uma altura em que fazer de morto não é suficiente.
A ver vamos como diz o cego


2014/11/12

Beethoven: Triple Concerto

Eu sei que há uma versão dirigida por Herbert von Karajan com Svatisolov Richter no piano, David Oistrachk no violino e Mstislav Rostropovich no violoncelo. Conta-se até, que Karajan teve uma enorme dificuldade em os juntar, por causa dos seus enormes egos.
Toda a gente diz que esta foi a melhor gravação alguma vez feita.

Perdoem-me os "puristas" mas eu gosto mais desta com Daniel Baremboin na direção e no piano Itzhak Perlman no violino e Yo-Yo- Ma no violoncelo.
Não sei se gosto mais desta versão que por ter uma gravação ao vivo tem mais "swing" mais vivacidade e talvez mais empenho.

Ambas são magnificas, mas esta "helás".
>   

Miles Davis - In a Silent Way



Para acabar a noite nada mais apropriado que esta "pérola" gravada em 1969.
Eis a tripulação que dispensa apresentações:
  
Miles Davis - Trompete
Wayne Shorter - Saxofone Soprano
John Mclauglin - Gitarra Elétrica
Chick Corea - Piano Elétrico
Herbie Hancok - Piano Elétrico
Joe Zawinul - Orgão
Dave Holland - Double Bass
Tony Williams - Bateria

2014/11/11

TRÁFEGO AÉREO VISTO PELA NASA

Estive hoje à conversa via Skype com um amigo alemão que vive na Áustria a perto da fronteira com a Alemanha, a cerca de 250 km de Munique. Disse-me que tinha recebido uma oferta de trabalho em Joanesburgo, tendo eu comentado que a coisa era um bocado longe. Na volta respondeu-me que nem por isso. 
Perante o meu ar espantado disse-me que a Lufthansa mantém dois voos diários noturnos, de e para Joanesburgo, pelo que, podia, ele que dorme regaladamente em todos os voos noturnos ou diurnos*, vir a casa todos os fins de semana (saída à quinta e regresso ao domingo) coisa que não poderia fazer se, por exemplo, o trabalho fosse em Barcelona dadas as ligações e o tempo de espera nos aeroportos o que, valha a verdade, é um bocado ridículo e é demonstrativo de como as distâncias ou, mais corretamente, os tempos para as percorrer são, nos tempos que correm, muito relativos.

Depois desta conversa veio-me à memória uma situação que se passou comigo.
Na década de noventa do século passado tive uma reunião em Antuérpia que dista cerca de 50 km de Bruxelas.
Um nosso colega alemão, a trabalhar em Hannover, pediu aos seus serviços que lhe arranjassem uma viagem para Antuérpia. Não olhando ao mapa, o pobre do homem foi de Hannover para Amesterdão, onde esperou duas horas por uma ligação aérea para Antuérpia, sendo que, de autocarro, demora-se o mesmo tempo que se leva do aeroporto de Bruxelas (o voo de Hannover para Bruxelas demora 50 m) ao centro de Antuérpia.

Lembrei-me ainda deste vídeo datado de 2011, que retrata bem o fluxo aéreo que atravessa o espaço aéreo do planeta durante 24 horas e do qual, já tinha dado conta aqui. Três anos depois deve ser bem pior.
Um grande abraço aos Controladores de Tráfego Aéreo e, por favor, cuidem bem da gente.
  
 

* Já voei dezenas de vezes com ele e garanto que.ainda o avião está na manga e já ele dorme. 
Bela companhia sobretudo para os voos intercontinentais porque eu sou incapaz de pregar olho.


2014/11/01

Anjos



A gente não acredita mas que há, há. Costuma afirmar-se acerca de bruxas mas desta vez falamos de Anjos.
Prova?
Ouçamos Sarah Mclachlan "suportada" ou "sublinhada" ou "apoiada" ou o que se quiser por Carlos Santana e ficamos com a certeza absoluta da sua existência.

Pôr ou não pôr - eis a questão

Brilhante como é habitual.

 Para Passos pôr e repor é um supor
por FERREIRA FERNANDESOntem51 comentários

Confusão!, queixavam-se os jornais online. Referiam-se ao discurso inicial de Passos Coelho, ontem no Parlamento, sobre a reposição dos salários da função pública - que seria integral em 2016, disse ele -, e que, pouco depois, o próprio primeiro-ministro modificou para uma reposição gradual de 20% a partir de 2016. Confusão coisa nenhuma! O que houve foi a preguiça habitual dos jornalistas que não souberam ouvir Passos Coelho. Felizmente estava lá eu. Aqui vos deixo as palavras límpidas do orador: "Senhores deputados, como ainda há pouco vos disse que repunha, desdigo agora porque não ponho. E dizendo-o, mais que digo, reitero, porque se ponho o que não punha nada mais faço do que dispor sobre o que antes não pusera. Ponho, pois. Isto é, não ponho. E sendo isto tão claro, não contraponham reticências onde exclamação pede ser posta: não só reponho como logo oponho! Reponho tudo, como eu disse às dez. E só ponho 20% (que é não pôr 80), como garanti ao meio-dia. Não é isto tão simples? Pôr e repor é um supor. Meu senhores, se há verbo que gosto é do pôr - no indicativo ("enquanto vós púnheis o voto na urna"), no conjuntivo ("quando eu puser as promessas mais falsas") e no imperativo ("põe tu as ilusões de molho") -, e, sobretudo, nesse maravilhoso pôr conjugado no porém. Ah, dizer pôr e, com porém, passar ao não pôr... Eis, senhores deputados, a essência do que para mim é ser porítico, perdão, político."